Em 2009, o jornal inglês The Guardian indicou o Maestro Isaac Karabtchevsky como um dos ícones vivos do Brasil. A expressão do jornal tem sua razão de ser: desde os anos 70, Karabtchevsky tem desenvolvido uma das carreiras mais brilhantes no cenário musical brasileiro, atuando por 26 anos como Maestro da Orquestra Sinfônica Brasileira, comandando o projeto mais ousado de comunicação popular da América Latina, o Aquarius, que reuniu durante anos milhares de pessoas ao ar livre e favoreceu, dessa forma, a formação de um público sensível à música de concerto. Esse período de intensa atividade coincide com sua permanência na Europa, atuando como diretor artístico de diferentes orquestras e teatros: com a Tonkünstlerorchester de Viena (1988 a 1994), o Teatro La Fenice de Veneza (1995 a 2001) e, finalmente, como diretor da Orchestre National des Pays de la Loire (2004 a 2010). Dentre os teatros e orquestras de prestígio dessa fase estão a Salle Pleyel de Paris, o Konzertgebouw de Amsterdã, o Musikverein de Viena, o Royal Festival Hall de Londres, a Accademia di Santa Cecilia de Roma, o Teatro Real de Madrid, a Staatsoper de Viena, o Carnegie Hall de Nova York, o Teatro Comunale de Bologna, a Rai de Torino, o Teatro Colón de Buenos Aires, a Deutsche Oper am Rhein de Düsseldorf, a Orquestra Gurzenich de Colônia, a Orquestra Filarmônica de Tóquio etc. A partir de 2004 Karabtchevsky assumiu a direção da Orquestra Petrobras Sinfônica, grupo caracterizado por um sistema único de autogestão e que tem proporcionado ao Maestro uma nova etapa em sua carreira. Nesta fase prepondera sua vasta experiência no repertório sinfônico e também a visão do regente habituado a títulos do porte de Erwartung de Schoenberg, O Navio Fantasma, Tannhäuser e Tristão e Isolda de Wagner, Billy Budd de Britten, e inúmeras produções que o levaram a dirigir, na Ópera de Washington, uma notável realização de Boris Godunov, considerada pelo crítico Tim Page, do Washington Post, como a melhor da temporada de 1999-2000. Vêm desse período as comendas que recebeu do governo austríaco pelos serviços culturais prestados ao país, a medalha “Chevalier des Arts et des Lettres”, do governo francês, além das que recebeu de praticamente todos os estados brasileiros. No início de 2011, Karabtchevsky recebeu o convite para dirigir a Sinfônica de Heliópolis, a maior comunidade carente de São Paulo, assumindo paralelamente a direção artística do Instituto Baccarelli. Foi convidado pela OSESP para a gravação integral das sinfonias de Villa-Lobos, com realização entre 2011 e 2016. Este projeto é resultado de um profundo trabalho de reconstituição das partituras e do resgate de uma importante e esquecida vertente da produção do compositor. Foi diretor Musical do Theatro Municipal de São Paulo e da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Desde 2000, dirige, na Itália, no Musica Riva Festival, masterclasses para Maestros do mundo inteiro. Na Mostra Internacional de Música de Olinda – Mimo, realiza o mesmo curso com enorme sucesso. Atualmente é também o responsável pela programação artística do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
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