Marcelo Ramos é atualmente professor da Escola de Música da UFMG. Atuou como maestro titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais por nove anos em duas gestões, onde demonstrou flexibilidade em várias frentes de repertório que incluem música sinfônica, ópera e música popular. Graduou-se mestre em regência orquestral pelo Cleveland Institute of Music (EUA), onde estudou sob orientação de Carl Topilow em 2010, e doutor em regência orquestral na Ball State University (Indiana) em 2014. Com bolsa integral da Ball State University e da CAPES, Marcelo dirigiu concertos sinfônicos e óperas como Dido e Enéas (Purcell), Così fan tutte, O Empresário (Mozart), Suor Angelica (Puccini) e O Elixir do amor (Donizetti). O tema de sua dissertação foi a Sinfonia No. 2 ‘Brasília’ de Guerra-Peixe: análise e edição de performance, cujo resultado foi uma edição revisada da obra. Durante o período de mestrado, Marcelo foi também maestro assistente da Cleveland Pops Orchestra além de participar de masterclasses com Michael Tilson Thomas, Kenneth Kiesler, Kurt Masur, David Loebel, Ronald Zollman e Alexander Polistchuk. No Brasil, estudou regência com Eleazar de Carvalho e Dante Anzolini. Participou de importantes workshops nos EUA – com a Sinfônica de Baltimore tendo Marin Alsop e Gustav Meier como instrutores em 2012, e no Aspen Music Festival em 2010, com Robert Spano, Larry Rachleff, Hans Graf e Hugh Wolff. Sua carreira vem sendo desenvolvida seguindo um caminho que começou dentro da própria orquestra como violoncelista (OSESP – 1994 a 1999), passando por regente assistente na Orquestra do Teatro Nacional Claudio Santoro (1999-2001), regente residente da Amazonas Filarmônica em Manaus (2001-2003), e maestro titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (2003-08 / 2013-15). Foi o regente titular que mais tempo permaneceu à frente da Orquestra Sinfônica de MG, e sob sua direção, a OSMG foi convidada pela primeira vez em sua história a se apresentar no Festival Internacional de Campos do Jordão em 2005. Neste período, a orquestra ampliou seu repertório e público, realizando média de 64 concertos anuais, abrangendo o período pós-romântico alemão, obras corais como Carmina Burana, Nona Sinfonia de Beethoven, O Messias, Stabat Mater de Rossini, Grande Missa em dó menor e o Requiem de Mozart, além de realizar primeiras audições de obras emblemáticas em MG com inserções de compositores modernos, música de câmera e música popular. Marcelo também dirigiu grandes produções operísticas: Carmen, Um Baile de Máscaras, Rigoletto, Os Pescadores de Pérolas e Turandot. Na série Sinfônica Pop, dirigiu e fez arranjos para concertos com Luiz Melodia, Milton Nascimento, Gal Costa, Rosa Passos, João Bosco, Lenine, Ivan Lins e Elba Ramalho. Nascido em São João del-Rei (MG), Ramos desenvolveu estreita relação com o chamado Barroco Mineiro. Dirigiu e produziu um CD intitulado Marchas Mineiras para Banda, que retrata a diversidade da música mineira para este gênero, desde o século XIX até os dias de hoje. Os compositores abordados são José Lino de Oliveira França, Ribeiro Bastos, Luiz e Irêneo Baptista Lopes, Presciliano Silva, Adhemar Campos Filho, Geraldo Barbosa de Souza, Nelson Salomé, Raimundo Santiago e Pancrácio Loureiro. Em 2004, gravou em CD a série Ofício de Trevas do compositor mineiro Padre José Maria Xavier (1819-1880), que hoje conta com dois volumes. Indicado ao Prêmio TIM 2005, o CD foi gravado com apoio da Lei Rouanet e significou o primeiro registro profissional do compositor. Crítica recentemente publicada nos Estados Unidos no Journal of the Society for American Music pela musicóloga Carol Hess ressalta a importância deste trabalho. Como regente convidado dirigiu as orquestras sinfônicas de Santa Fé e Salta na Argentina, Sinfônica da UFRJ, a Orquestra Experimental de Repertório (SP), Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, OSB Ópera e Repertório, Sinfônica do Espírito Santo, Orquestra Sinfônica Nacional UFF, Orquestra Petrobrás Sinfônica (RJ), Orquestra Sinfônica da USP, Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, Sinfônica de Ribeirão Preto, Sinfônica da Bahia, Sinfônica de Campinas, Jazz Sinfônica do Estado de SP, Amazonas Filarmônica, Orquestra de Câmara SESI-Minas, Camerata São Petesburgo e Camerata Fukuda, além das séries de música de câmara da OSESP e do Municipal de SP. Em 2016 faz sua estreia no Teatro Colón de Buenos Aires com sua Orquestra Acadêmica. Marcelo é bacharel em violoncelo pela UnB onde estudou com Guerra Vicente. Suas primeiras lições musicais foram feitas com seu pai, Geraldo Barbosa de Souza, compositor e multi-instrumentista radicado em São João del Rei desde os anos 60. Estudou violoncelo com Francisco de Assis Carvalho, integrou a Orquestra Lira Sanjoanense e a Associação dos Coroinhas de Dom Bosco, onde aprendeu canto gregoriano. Marcelo é também arranjador de MPB e revisor musical. Seus últimos trabalhos de revisão foram a ópera Moema de Delgado de Carvalho, a Sinfonia Brasília de Guerra-Peixe, e a trilha do filme Ganga Bruta, de Radamés Gnattali.
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