Cidade: Porto Alegre | Recanto Maestro
Datas: 25 e 26 de outubro | 1 de novembro
Equipe

Regência: André dos Santos

Direção Cênica: Carlota Albuquerque

Cenário: Joana Albuquerque

Figurino: Daniel Lion

Iluminação: Veridiana Matias

Orquestra Filarmônica OntoArte Recanto Maestro

 

Elenco

Jayme Caetano Braun: Pirisca Greco (atriz)

A Terra Bugra: Eiko Senda (soprano)

A Natureza: Carla Maffioletti (soprano)

A Província: Elisa Lopes (soprano)

Quarteto: Raquel Fortes (soprano)

                  Luciane Bottona (mezzo-soprano)

                  Maicon Cassânego (tenor)

                  Guilherme Roman (baixo)

Sobre a ópera

Já em 1966, Jayme Caetano Braun (1924-1999) buscava pelas “Paisagens de campo e alma / perdidas no vem e vai”. Sabia do desafio: “Então exigem que eu cante, / quando me encontro desperto, / mas sempre que chego perto / meu sonho está mais distante”.

Hoje, quando se comemoram pouco mais de cem anos de seu nascimento, mais que nunca precisamos que Jayme Caetano Braun cante. Campo e alma mudaram demais, caímos na rede, borrou-se a noção de pertencimento. O ser gaúcho está embretado na polarização dos que defendem uma tradição pura e dos que a rejeitam frontalmente.

A ópera “Em Busca das Paisagens Perdidas” faz Jayme cantar novamente. Não está sozinho: ressurge no formato operístico, com cantores, músicos e bailarinas a lhe secundarem na busca.

As paisagens se construirão à nossa frente e em nossa imaginação, no encalço dos versos do poeta. Com atenção, se ouvirá o canto do João Barreiro. E soará idioma argentino, que nossos fronteiriços misturam naturalmente com

o português. Os instrumentos indígenas, que remetem imediatamente às Missões, também ecoarão. E o silêncio, a amplitude horizontal do Pampa, a presença da água corrente, da terra prenhe, do vento transformador e do fogo de chão. E o som percutido por pés e por taquaras, alinhavados pelos ecos de nossas memórias. (texto extraído do programa da ópera)

O vaivém das rimas do payador missioneiro, multiplicado entre o arrou- bo épico e o humor galponeiro, nos conduzirá sempre pelo norte da emoção e da autenticidade. Que seja: o sonho teima em seguir distante, mas Jayme Caetano Braun nos aproxima como gaúchos.